sábado, 10 de abril de 2010

Vida e Obra de Rachel de Queiroz

Cordel: Vida e Obra de Rachel de Queiroz
Baseado no livro Tantos Anos.
Autor: Tião Simpatia

O Brasil todo discute
Sobre Rachel de Queiroz
Sua vida, sua obra
Que ela deixou p'ra nós
Os seus feitos são diversos
Por isso escrevi 100 versos
E agora apresento a vós.

Assim como grandes homens
Há mulheres geniais
Nas Sagradas Escrituras
E nos dias atuais
Uma delas foi Rachel,
Sobre quem este cordel
Vai falar um pouco mais.

Mulher além do seu tempo
Jornalista e escritora
Militante Partidária
Romancista e tradutora
De autores importantes
Rainha dos Estudantes
Imortal, encantadora.

Nasceu no ano de mil
E novecentos e dez
Em dezessete do onze
Como consta nos papeis
Veio ao mundo p'ra brilhar
No mais alto patamar
Sob a glória dos lauréis.

Sob a “Luz Alencarina”
Na Capital Fortaleza
Nasceu Rachel de Queiroz
Mas logo aquela princesa
Ainda recém-nascida
Pelos pais foi conduzida
Para outra redondeza.

Quixadá foi o destino,
A cidade escolhida
Onde a Família Queiroz
Sempre foi bem sucedida
O seu pai muito feliz
Da cidade era o juiz
Pois Rachel foi bem nascida.

Sua mãe, dona Clotilde,
Era mulher de leitura,
Antenada na Política
Também na Literatura
Lia clássicos brasileiros
Como também estrangeiros,
Se respirava cultura.

Seu pai, Dr. Daniel,
Foi um homem virtuoso
Foi juiz e promotor
Dos Queiroz, o mais famoso,
No Sertão foi bacharel
E com a menina Rachel
Era muito carinhoso.

Sua primogenitura,
De maneira especial,
Fez com que ela tivesse
Toda atenção do casal,
Dos tios e dos avós
Pois a Família Queiroz
É bastante fraternal.

Três irmãos e duas irmãs:
Rachel, primeira da linha.
Mas tarde nasceu Roberto
Que grande apreço lhe tinha
Depois, Flávio e Luciano
E p´ra completar o plano
Maria Luíza, a “Isinha”.

Desde cedo “Rachelzinha”,
Como assim era chamada
Por livro, rádio e jornal,
Era muito interessada,
Tinha consciência crítica
Do Brasil e da política,
Pois já era engajada.

Aos seis anos de idade
Foi pr'o Rio, morar lá,
Mas seu pai foi convidado
P'ra ser juiz no Pará,
Um bom trabalho promove
E no ano dezenove (1919)
Retorna ao Ceará.

Instalou-se em Fortaleza
Na chácara do Alagadiço.
Precisou vender a chácara
Para saldar compromisso
Assumido em Belém,
Pois como homem de bem
Não ia se sujar com isso.

Havia uma escola pública,
Dona Maria José.
Rachel já com oito anos
Com Roberto ia a pé
Mas pouco tempo ficou
Pois o destino a levou
À Serra de Baturité.

É que segundo ela conta
No seu livro Tantos Anos
Que a seca lá no Sertão
Provocara muitos danos
Todo o gado foi por terra
Foram então morar na Serra
Para “refrescar” os planos.

Assim, em Guaramiranga
Passaram aquele verão.
Quando o inverno chegou
Desceram para o Sertão,
No Junco foram morar
Até alguém convocar
Seu pai à nova missão.

Justiniano de Serpa,
Governado do Estado,
Junto com Carvalho Lima,
De modo muito apressado
Chamam Dr. Daniel
P'ra assumir novo papel
Pois este era preparado.

Era o então Gabinete
De Identificação
Isso, em mil e novecentos
E vinte, uma inovação!
Cujo órgão ele fundou
E o mesmo chefiou
Com muita dedicação.

Mas volto para Rachel
Com o seu protagonismo
Literário e político
Que a muitos causava abismo
E a todos surpreendia,
Pois nos textos que escrevia
Já mostrava brilhantismo.

Sua vida literária
Muito cedo começou
No Jornal O Ceará
Ela, então, iniciou.
Depois no jornal O Povo
E nesse universo novo
Sua fama se espalhou.

A História de Um Nome
Foi seu primeiro romance
No entanto é O Quinze
Que teria grande alcance
Em todo Sul e Sudeste
Pois a seca no Nordeste
Seria seu grande lance.

Como todo bom profeta
Em sua terra natal
No Ceará, não vendeu
Nem foi discussão central
Mas no Sul foi um sucesso,
Aí ela teve acesso
Ao mercado nacional.

Aí, sim, os cearenses
Deram o braço a torcer,
Viram que a jovem escritora
Ia mesmo acontecer,
Pois já era jornalista
E, agora, romancista.
O Quinze, todos queriam ler.

Muito embora já houvesse
Despertado a atenção
Do poeta Antônio Sales
Com sua publicação
E até Beni de Carvalho,
Só agora seu trabalho
Ganhava repercussão.

Seu único emprego público
Foi na Escola Normal
Professora de história.
E um fato especial
É que ela era mais nova
Que suas alunas, prova
Que ela era genial.

A esta época, Rachel
Já tinha dezoito anos
Já era O Quinze, um sucesso
E ela em todos os planos
O seu nome projetava,
Grandes rodas freqüentava
Dos poetas veteranos.

Foi aí que foi eleita
Rainha dos Estudantes,
Concurso que ela mesma
Três ou quatro anos antes
Como “Rita de Queluz”
Maior bafafá produz
Com críticas ironizantes.

Contam que na cerimônia
De sua coroação
Uma notícia a fez
Jogar a coroa no chão:
-Mataram João Pessoa!
Como Jornalista boa
Foi fazer a apuração.

Alguém disse: -Mas, Rachel!!!
Talvez uma normalista.
Rachel disse: -Com licença,
Por favor! Sou jornalista.
Preciso cobrir os fatos,
Pois os jornalistas natos
Não perdem nada de vista.

Só após a cobertura
Da morte de João Pessoa,
A Rainha dos Estudantes
Colocou sua coroa
Já com o nome consagrado
Foi curtir o seu “Reinado”
Com os “súditos” numa boa.

Sua Militância Política
No Partido Comunista
Lhe meteu em muitas broncas,
Mas por ser a Romancista
Adepta do marxismo
Tornou-se no Comunismo
Uma grande articulista.

Combateu a Ditadura
Durante a Revolução
De trinta e dois em São Paulo
E no Regime de então
Getúlio era o Ditador
E Prestes, o Salvador
Da Pátria, nossa Nação.

Nesse tempo já não era
Professora interina
Lá da Escola Normal
Era outra, a disciplina:
Da Política Partidária,
Entre a vida literária
E a vida clandestina.

Mas rompeu com o Partido
A militante fiel
Por causa de um Romance
Intitulado João Miguel
Ao Partido apresentado
E pelo mesmo censurado
Como mostro no cordel.

No Romance, João Miguel
Era um bêbado campesino
Que de outro, igualmente,
Tornava-se assassino
Deram-lhe ordens cruéis
Que invertesse os papeis
E mudasse tal destino.

Moça rica, loura e filha
De um grande coronel
Esta, era a “heroína”
Enquanto o outro papel
Da moça pobre e inculta
Na vida de prostituta
Ganhava a vida em bordel.

Deveria o papel
Da moça loura e nobre
Agora ser invertido
No papel da moça pobre
Que tornava-se “heroína”
Desta gente campesina
P'ra que a trama se desdobre.

Mas Rachel não aceitou
Aquelas ordens contrárias
Pois não viu nos companheiros
As condições literárias
De opinarem sobre a obra
E saiu “feita uma cobra”
Nunca mais foi às plenárias.

Deixou o “banco dos réus”,
A impulsiva escritora.
Do Partido Comunista
Agora era “desertora”
E a Romance João Miguel
Obra-prima de Rachel
Foi intacto p'ra Editora.

No ano de trinta e um
Já no Pós-Revolução
Volta ao Rio de Janeiro
Para uma premiação
Da Fundação Graça Aranha,
Cujo prêmio ela ganha
Com O Quinze, ficção.

Foi aí que conheceu
Escritores importantes,
Como o próprio Graça Aranha,
Um dos homens mais brilhantes,
Que as suas obras já lia,
Como Otávio de Faria
E muitos outros gigantes.

Também foi nessa viagem
De glamour e poesia
Que conhecera Zé Auto
Em Recife, quando ia
Do Ceará para o Rio
Na passagem do navio
Por aquela freguesia.

Zé Auto, um pernambucano
Bancário bem sucedido,
Se apaixonou por Rachel
E a poeta, era metido!
Rolou um “clima” entre os dois,
Mas só um ano depois
Viria a ser seu marido.

Casaram-se no Pici,
O Sítio de Fortaleza,
Em quatorze de dezembro
De trinta e dois, com certeza.
Usou um vestido dado
por sua mãe e bordado,
Linho branco, uma beleza!

A Senhorita Rachel
Passa então a ser Senhora
Vai morar em Itabuna,
Na Bahia. Vai embora
Deixando muita saudade
E nesta longínqua cidade
De saudades também chora.

Pois Zé Auto, como disse,
Bancário bem sucedido,
Para a agência de Itabuna
Tinha sido transferido
Cabia agora à Rachel,
Como esposa fiel,
Acompanhar o marido.

Embarcou para Bahia
O casal rescém-casado
E, depois, para Ilhéus
Onde o escritor Jorge Amado
Os recebeu muito bem
E de lá pegaram o trem
Pr'o Destino desejado.

Ao chegar em Itabuna
Alugaram um sobradinho
Perto da beira do rio,
Coisa simples, simplesinho,
Para os dois, suficiente.
Rachel, uns enjoos sente.
Já seria um bebezinho?

Pois não é que era mesmo
Clotildinha, que nasceu
Prematura, mas saudável
E rapidamente cresceu
Pois foi bem amamentada.
Mesmo sendo bem cuidada
Tempos depois, faleceu.

Foi um período difícil
O da sua gestação
Febre, enjoo, impaludismo
Dosado com solidão
E com a saúde em perigo
Até que um anjo amigo
Chegou p'ra lhe dar a mão.

Carmelita, era o anjo,
Alta, forte, solidária,
Olhar firme, pele negra,
Talvez sexagenária.
Inclusive, há quem diga,
Que ela fora rapariga,
Tinha vida solitária.

Trouxe consigo um baú
Pois haveres ela tinha,
Porcelana, copos finos,
Toalha de alta linha,
Quando visita chegava
Abria o baú e tirava,
Coisa de fada madrinha!

Outra figura marcante
Foi o índio Tabitê,
Moleque astuto e traquino
Como um Saci Pererê,
Mas Rachel gostava dele
Pois moleque como aquele
Não é sempre que se vê.

Quando Rachel foi embora
O indiozinho ficou
Com Carmelita, o anjo,
Que dela tanto cuidou
Até Cildo aparecer
E à tribo o devolver
Pois foi quem o raptou.

Cildo era indianista
E amigo de Rachel,
Irmão de Chico Meireles
Que tinha o mesmo papel
De pesquisar os indígenas
Como fossem alienígenas
Do “Planeta de Noel”.

Mas parece que o destino
De Rachel não tem desvio
Zé Auto foi transferido,
Adivinha? Para o Rio!
No entanto a transferência
De cidade e de agência
Trouxe um novo desafio.

Pois não foi efetivada
Lá no Rio de Janeiro
Foi mudada p'ra São Paulo
Haja chão, haja dinheiro.
Mas na “Terra da Garoa”
Levou uma vida boa
Ao lado do companheiro.

Inicia um novo ciclo
Na sua vida literária
Juntou-se aos Trotskistas
De corrente partidária
Parecida com a sua
Pois sua paixão continua
Pela causa operária.

Isso foi em trinta e três
Sob forte Repressão
Pois São Paulo em trinta e dois
Perdeu a Revolução
E Getúlio endurecia
Quem quer que fosse, prendia,
Se fizesse oposição.

Mas Rachel não se curvou
Diante àquele Regime
Algumas vezes foi presa
Com mais outros do seu time
Ela, por ser comunista,
Na época, era mal vista
Tinha que pagar pelo “crime”.

Rachel voltou a dar aulas
Pois era boa professora
Desta vez, particular.
Traduzia para uma Editora
Obra grande e pequena
Era a Editora Atena
Que apostou na escritora.

Mas no fim de trinta e quatro
Deu-se um fato lastimante
Zé Auto, mesmo não sendo
Comunista Militante,
Nem expressar rebeldias,
Foi preso por 15 dias
Só por ser simpatizante.

Ficou muito amargurado,
Revoltado e deprimido,
Então para o Ceará
Pediu p'ra ser transferido
E Rachel seria lançada
Candidata a deputada
Com indicação do Partido.

Partido Socialista
O qual tinha aliança
Com o Partido Comunista
E Rachel, por ter liderança
Foi a pessoa indicada
Pois não tinha medo de nada
E todos lhe tinham confiança.

Ao chegar em Fortaleza
Sua querida terrinha,
Clotilde tomou nos braços
Sua neta, Clotildinha,
Foi uma alegria só
Ver nos braços da avó
Sua querida filhinha.

A campanha começou
Com discursos inflamados,
Rachel e seus companheiros
Foram muito bem votados,
Mas, segundo informação,
Na hora da apuração
Foram todos “degolados”.

Isso por que o Governo
De Getúlio é quem mandava
Em todo o Legislativo
Que a votação apurava
Nem com votação sublime
Quem fosse contra o Regime?
Ganhava, mas não levava!

Mas a vida de Rachel
Mudaria bruscamente
Perde a filha, Clotildinha,
Que morre precocemente,
Vítima de uma meningite,
Que matava da elite
À população carente.

Outra perda irreparável
Que lhe traria desgosto
Foi de Flávio, irmão do meio,
Que ainda jovem e disposto
Em três meses, partiria,
Vítima duma Septicemia,
Uma espinha no rosto.

Estas perdas a Rachel
Trouxeram grande amargura.
O casamento, também,
Já não era de doçura.
Para fugir da tristeza
Um emprego em Fortaleza
No comércio, ela procura.

Fez carreira muito rápido
Numa grande Exportadora,
Ganhando um belo salário
Na carreira promissora,
Mas que não a fez feliz
Pois o que ela sempre quis
foi mesmo ser escritora.

Dane-se o bom emprego!
Dane-se o bom salário!
Rachel viu que o seu negócio
Era o mundo literário
P'ra isso tinha apetite
Ah, e também pediu desquite
De Zé Auto, o bancário.

Voltou a morar no Rio
Pois o destino lhe chama
Para brilhar como estrela,
Para conhecer Oyama,
O seu segundo marido,
Homem fino e polido,
Um médico de muita fama.

Este é um novo capítulo
Que pretendo resumir,
Para o amigo leitor
Entender e refletir
Sobre a vida de Rachel,
Resumida em cordel
E a leitura, repetir.

No Rio fez muitos amigos
Nova vida começou.
Seu trabalho jornalístico,
Este, se consolidou
E também como escritora
Pois com uma grande Editora
Contrato logo fechou.

Viajou para Europa,
Conheceu vários países
Ao lado de Oyama,
Foram dias muito felizes.
O Rio foi seu apogeu,
Mas Rachel nunca rompeu
Os laços com suas raízes.

O Junco, segundo ela,
Foi um pedaço de chão
“Que esteve sempre preso
Dentro do seu coração”,
Mesmo não nascendo lá
Sempre teve em Quixadá
Seu refúgio no Sertão.

O Velho Açude do Junco,
“Com sua água ferrugenta
Tinturada pelo barro”
Como ela mesma comenta
No seu livro Tantos Anos,
Afogava os desenganos
Na sua água barrenta.

Porém, doce e sadia
Água boa de beber.
Na represa, as vazantes
Dava gosto de se ver
E a Velha Umarizeira,
Debruçada à cabeceira,
Vendo a vida acontecer.

A Casa Velha do Junco
Com o tempo não ruiu,
Sob chuva, sol e vento
Aos anos resistiu
Para contar a história
De um passado de glória
Que por ali, existiu.

As lembranças de Rachel
P'ra sempre vão existir.
Da Velha Estação do Junco,
Do último trem, a partir.
Alguém grita: -Não me deixes!
Não me deixes, não me deixes,
Meu amor, eu quero ir.

Quero ir, não sei p'ra onde
Talvez um Reino Encantado!
P'ra Fazenda Não Me Deixes!
Paraíso tão sonhado
Que Rachel construiria
E ali, reviveria
No presente, o seu passado.

Foi lá que ela recebeu
Amigos de muito apreço,
Políticos e escritores
Já sabiam o endereço
E a data que ela vinha
Do Rio para a terrinha
Que p'ra ela não tinha preço.

Entrou para a ABL,
Sendo a primeira mulher
A se tornar Imortal
Pois na vida seu mister
Foi se ocupar da escrita,
Quem faz o que acredita
Consegue tudo que quer.

Sua posse na ABL
Foi algo fenomenal.
Sendo a primeira mulher
A se tornar Imortal,
O Brasil comemorou
E a imprensa enfatizou
A nível nacional.

Mulher de grande visão
De verve alencarina,
Aliás, tinha no sangue
Esta poesia fina
Da parte de Alencar
Que nela veio aflorar
Ainda quando menina.

Pois sua mãe, dona Clotilde,
Tinha um forte parentesco
Com José de Alencar,
O escritor gigantesco
Que escreveu Iracema
O mais completo poema
Deste povo pitoresco.

Rachel perdeu muito cedo
A sua única filhinha!
Quando sua mãe morreu
Cuidou da irmã Isinha,
Como filha a educou
E mais uma vez provou
O grande amor que lhe tinha.

Oyama também tratou
A menina como filha,
Que cresceu com o casal
Lendo na mesma cartilha
Sem aos princípios, fugir
Até casar com Namir
E seguir uma nova trilha.

Chegou o primeiro “neto”
Foi uma alegria só.
Oyama virou vovô
E Rachel? Virou vovó!
Ela ao “netinho” ama
Especialmente Oyama,
Flávio era seu xodó.

Depois, o segundo “neto”,
Daniel, outro presente.
Os dois, Oyama e Rachel,
Amam incondicionalmente.
No que foram compensados
Pois os “netos” tão amados
Os amam eternamente.

Escreveu para o teatro.
Lançou obras infantis,
Publicou inúmeras crônicas
No romance foi feliz,
Quando O Quinze escreveu,
Pois foi este que lhe deu
Fama em todo País.

Destaco outros romances
Como Dôra, Doralina,
Memorial de Maria
Moura, outra heroína
Que foi sucesso total
Na Minissérie Global,
E a todo mundo, fascina.

Só quem leu As Três Marias
Sabe da sua beleza,
Ou O Caminho de Pedras
Que romance! que riqueza!
Bem como O Galo de Ouro,
Cujas obras são tesouro
De primeiríssima grandeza.

Dentre as crônicas memoráveis,
Que a poesia suporta,
Destaco O Homem e o Tempo,
A Donzela e a Moura Torta,
O Caçador de Tatu
Com seu cão, feito um zebu
Corta a mata e não se corta.

No belo mundo infantil
Reina a imaginação
Andira e O Menino Mágico
São de sua criação
Cafute e Pena-de-Prata
Histórias que ela relata
Com magia e emoção.

Sua fé não era forte,
Mas tinha um bom coração.
Esteve em Juazeiro
Com Padre Cícero Romão
E confessa que tomou
A mão do padre e beijou
Pedindo a sua benção.

Reconheceu santidade
Naquele religioso,
Seu modo de vida simples,
Seu coração caridoso,
Somado ao seu intelecto
Formatava o aspecto
De um santo milagroso.

Dia quatro de novembro
Do ano dois mil e três,
Rachel de Queiroz partiu,
Deixando na viuvez
A nossa Literatura
E hoje o mundo procura
Conhecer o que ela fez.

Rachel foi em sua vida
Dinâmica em todos os planos,
Nem a mais bela das musas,
Nem o maior dos decanos
A ela fizeram par
E quem quiser comprovar
Leia o livro Tantos Anos.


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